quinta-feira, 19 de março de 2009

São Paulo, São Paulo




Não consegui achar São Paulo tão feia, como imaginava. Caótica, sim. É de uma amplitude urbana descomunal. Muito mais civilizada, no entanto, do que Porto Alegre, onde vivemos. Recebemos atenção das pessoas quando é preciso, a diversidade salta aos olhos e se envolve na dinâmica da cidade. Isso foi o que vimos nos passeios pelo centro, nas visitas aos bares, sebos e mercados: civilidade, apesar da frieza, comum às grandes cidades. Usamos o transporte coletivo, sem problemas. Arriscamos inclusive utilizar os banheiros do terminal D. Pedro II, no centro. E foi tranquilo: limpos, seguros e tinha até papel higiênico! Parece piegas, mas é um interessante indício do nível de civilidade de um povo. O trânsito é razoavelmente civilizado. Mais uma vez supera a capital gaúcha, onde moramos. É a necessidade de dividir o espaço que obriga as pessoas a um exercício de tolerância? Não sei, tenho algumas dúvidas. Acredito que estão melhor preparadas para isso. Aliás, se fosse resumir a visão que temos de São Paulo aqui, diríamos que é uma cidade tomada em todos os seus espaços. Onde estamos, na zona leste, a verticalização não é tão acentuada como em outras áreas. As fotos acima foram tiradas da sacada do apartamento, e demonstram bem isso. Há muitas casas, ainda, mas há também várias torres de concreto, e muitas outras sendo construídas. O custo de vida aqui também não é tão caro. Claro, tem lugar para se pagar o que quiser, dependendo da disposição. Ficou faltando conhecer a "efervescência" de áreas mais pobres da cidade. Fica para outra vez. Andar de carro aqui não é legal. Da próxima, tentaremos traçar um roteiro de ônibus e metrô. Deve ser mais rico e mais tranquilo. Saimos daqui amanhã cedo, rumo ao nosso retorno. Depois, comentários sobre outras impressões da viagem.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Historinha de terror


Estou atualizando o blog, hoje, 18 de março, do conforto do apartamento da minha irmã e do meu cunhado, Angelita e José, situado no 14º andar de um prédio na Vila Prudente, em São Paulo. Chegamos ontem, terça-feira, em torno das 15h30, quando o mundo ameaçava desabar sobre a capital bandeirante, conforme constata a foto, tirada de dentro do carro, na chegada pela Fernão Dias.
Para quem se interou das notícias sobre a chuva, sabe que vários pontos da cidade ficaram embaixo d'água, e por poucos não nos metemos numa tremenda enrrascada. Começamos a nos localizar na cidade, chegando à Vila Prudente no momento em que as águas começavam a se acumular nas ruas. Um ruído na comunicação ao anotar as referências do enderço e uma dose de teimosia me fizeram chegar, no começo do pior momento das chuvas, a um dos pontos mais críticos de alagamento. Um semáforo fechado nos deteu por alguns segundos, e quando abriu me vi entre a decisão de enfrentar o alagado ou ficar parado atravancando o caminho de todos. Como os carros da frente enfrentaram, meti o opalão na água. Decisão errada. Os carros da frente saíram pela direita, mas nós tínhamos que contornar pela esquerda para fazer o retorno, por dentro da água. Senti o carro morrer e se apagar dentro do alagado. Liguei o alerta e disse pra Angela: "agora vamos ficar aqui, ou descemos e empurramos". Dois carros dos que passaram na frente ficaram em pane, mas fora da água, no meio do cruzamento.
Mas a chuva caía forte e a água subiu rapidamente. Em um fração de tempo que não sei precisar, um ou dois minutos no máximo, senti que o carro começou a flutuar na água, quando passavam caminhões ou ônibus na pista ao lado. No pânico, pensei em descer e tentar empurrar, mas no momento em que cheguei a levar a mão na maçaneta, decidi tentar virar o arranque. Ouvi o motor girar dentro d'água e dar sinais de funcionar. Duas, três tentativas, e ele quase "pegando". Pé no fundo do acelerador e dei a partida mais uma vez. O motor roncou alto, o próprio giro da hélice e a pressão dos gases saindo no escapamento jogaram o carro para um lado, como se fosse uma lancha. A roda calçou no meio fio, engatei uma primeira marcha e saí do alagado, entre carros quebrados, não sei bem como. Temi pelo motor do carro, mas foi nossa salvação. Choveu torrencialmente e sem para nos próximos 40 minutos, e de onde estávamos, duas quadras acima (tive que desviar do caminho que teríamos que tomar), víamos os veículos embaixo da água.
Hoje pela manhã foi hora de avaliar os estragos. Malas e objetos do porta-malas secos e intactos. Um pouco de água no carpete, e aquele cheirinho desagradável. Motor funcionando redondinho, mas vou trocar o óleo para regressarmos. Elétrica do carro ok. Depois dessa, nosso opala provou que está na estrada pra ir onde quisermos, apesar das adversidades.

São Tomé das Letras e Cambuquira




Saímos de Ouro Preto e fomos até São Tomé das Letras. Na foto, o opala a 1400m de altitute, no momento em que desistíamos da cidade. Nesse lugar se vê ovnis, etês, magos e duendes. E um casal de gaúchos doidos num opala 88. Faltou inspiração, ou algum produto químico, para cairmos no clima da cidade, e nem a ladeira do amendoim funcionou pra nós. A cidade está desfigurada pela atividade mineradora, que extrai a famosa pedra São Tomé no entorno (e dentro) da cidade.
Rumamos então para Cambuquira, cidade que já bombou no circuito das águas de Minas Gerais mas que transparece uma aborrecida decadência, demonstrada pelo abandono dos seus enormes hotéis e do parque das águas minerais. Na foto, a praça em homenagem às águas, de noite. Recarregamos nossas energias, e nosso estoque de água, e partimos no outro dia para São Paulo. Começamos nosso retorno, agora.

Mariana e Mariana




Temos uma amiga chamada Mariana. Impossível não lembrar dela aqui em Mariana, ainda mais quando nos deparamos com essa charmosa cervejaria em um prédio histórico, com o nome dela! Homenagem singela desses que viajam, a nossa amiga, tomaremos uma cerveja quando voltarmos. A outra foto é do teatro da cidade, e o trenzinho na frente do prédio é apenas um carrinho de pipoca.

Mariana




Mariana é um pouco diferente de Ouro Preto. A cidade mistura construções modernas com as antigas. Assistimos a um concerto de orgão alemão construído no século XVIII na Catedral da Sé de Mariana, atração imperdível para quem visita a cidade. Aqui o espírito mineiro contaminou a Angela de tal forma que quando me dei conta ela estava exercendo a contemplação, atividade típica da região, sentada na escadaria de uma das igrejas. Virou mineira, uai!
A outra foto é de um postal famoso da cidade, que reproduzi apesar da chuva. O bom foi que a chuva ausentou os transeuntes e tirei a foto sem a interferência de carros estacionados ou circulando.

Nos palcos da vida




Hehe, esse post é só pra dar as caras. Eis aí duas fotos dos viajantes, tiradas graças ao automático da câmera. Uma é no trem na chegada em Mariana-MG (fizemos a viagem só de ida para aproveitar melhor o tempo, voltamois de ônibus). A outra é no palco do Teatro Municipal de Ouro Preto, o mais antigo em funcionamento do Brasil, reconhecido pelo Guiness:(http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Municipal_de_Ouro_Preto).

De trem para Mariana












No domingo aproveitamos para deixar o opala na garagem da pousada e ir de trem para Mariana, cidade mais antiga de Minas Gerais que fica próximo. A Maria Fumaça estava em manutenção e uma moderna locomotiva a diesel puxou a composição pelos túneis e pontes sobre a serra. A viagem, emborta curta, dura cerca de uma hora, onde se vislumbram belas paisagens, algumas das quais conseguimos flagrar com nossa câmera.

Tesouros de Minas







Ouro Preto oferece belezas de encher os olhos. As montanhas, as construções antigas, a simplicidade das pessoas, as atrações turísticas e a atenção que se encontra em qualquer lugar, sempre com preço acessível e incorporadas a idéia de "viagem no tempo" que se vive por aqui, fazem da cidade uma ótima opção para quem quiser conhecer Minas Gerais. Essa é a nossa opinião, depois de uns dias por aqui. Embora nenhum de nós tenha muita aptidão para a fotografia, vejam que conseguimos uns cliques interessantes.